Produtor de azeite brasileiro eleito entre os melhores do mundo dá dicas para boa escolha no supermercado
De onde vem o azeite Escolher o melhor azeite é um dos desafios que o consumidor tem na hora da compra nos supermercados. As marcas, mais variadas, oferecem di...

De onde vem o azeite Escolher o melhor azeite é um dos desafios que o consumidor tem na hora da compra nos supermercados. As marcas, mais variadas, oferecem diversos tipos de azeite: virgem, extra-virgem... mas como avaliar qual a melhor escolha? O g1 conversou com Bob Costa, produtor de um dos azeites eleitos os melhores do mundo em um guia internacional neste ano. O Azeite Sabiá, produzido por Bob, é fabricado em Santo Antônio do Pinhal, no interior de São Paulo. Mais recentemente, o Sabiá recebeu uma nota inédita no ‘Flos Olei 2026’, alcançando 98 dos 100 pontos possíveis – a maior nota já recebida por um azeite do Brasil na história do concurso, que existe há 15 anos. Veja um resumo das principais dicas: 🟢 Tipo certo: prefira o extra-virgem (menos de 0,8% acidez e sem defeitos). O virgem é mais para cozinhar e fritar. 🍾 Embalagem: escolha vidro escuro. Evite vidro claro. Lata protege, mas no Brasil pode esquentar demais. 🗓️ Data de envase: quanto mais recente, melhor. Mesmo dentro da validade, perde frescor se ficou muito tempo em tonéis. 🌱 Origem e safra: azeites com safra e local de produção identificados são mais confiáveis e de melhor qualidade. ⏱️ Colheita x processamento: quanto menor o intervalo, melhor. A azeitona começa a se deteriorar logo após ser colhida. 👃 Aroma e sabor: bons azeites lembram grama, rúcula, maçã, goiaba, alcachofra. Cheiro de vinagre, ranço ou gosto metálico = ruim. 🛢️ Armazenamento: guarde em local fresco, protegido da luz e calor. Não precisa ser na geladeira. ⚡ Depois de aberto: consuma rápido, pois o azeite oxida. Prefira garrafas pequenas (250 ml) para manter o frescor até o fim. Segundo Bob, o que difere um azeite virgem do extra-virgem são os parâmetros químicos que eles possuem. “A maneira como você define a diferença de um azeite extra-virgem para um azeite virgem é, em primeiro lugar, pelos parâmetros químicos, que é menos acidez, menos de 0,8% para os extra-virgem e aqueles outros demais elementos químicos que compõem um azeite extra-virgem. E um azeite extra-virgem não pode ter nenhum tipo de defeito”, explicou o especialista. Entre os defeitos está a oleosidade exagerada na boca ao consumir, além de um gosto semelhante ao vinagre. “O vinagre, o ranço que você percebe rapidamente, um sabor metálico na boca, já é um indicativo de que não é um bom azeite. Se, por exemplo, você tem um azeite não filtrado em garrafa, esse resíduo minúsculo do fruto vai provocar uma fermentação e vai deixar esse azeite muito mais rançoso. Na boca, você percebe facilmente quando você tem o parâmetro de comparação de um azeite fresco para um azeite de supermercado”. Para melhor conserva dos azeites, ele explica que a luz, o calor e a umidade são os principais inimigos de um produto de qualidade. “Os inimigos do azeite são a luz, calor e a umidade. Portanto, quanto mais escuro for o vidro, muito melhor para a proteção desse azeite. A lata, por exemplo, também é uma excelente embalagem para o azeite”, disse. Azeite Adobe Stock A lata, no entanto, é um recipiente que esquenta muito, o que gera calor e não é tão indicado para a conserva do azeite em casa. Entre os vidros, o escuro é o melhor. “Você tem que estar olhando a questão do envase. Quanto mais recente o envase, melhor. Embora não seja garantia de nada, porque o azeite pode ter ficado dois, três anos em tonéis sem ser envazado e vai estar dentro da legislação de três anos de validade”, contou. Outro ponto que o consumidor pode observar na embalagem de um azeite é a informação sobre onde ele foi produzido e onde ele foi extraído, já que a produção em um lugar e o envasamento em outro também afeta a qualidade. “Sempre a mistura, você vai perder um pouco da qualidade desse azeite, com certeza. Se você tem a identificação de onde ele foi produzido e onde ele foi extraído, muito melhor. Até porque um dado fundamental para um azeite extra-virgem ‘premium’ é o tempo entre a colheita e o processamento. Quanto antes isso acontecer, muito melhor”, pontuou. "Quanto menor o tempo entre colheita e processamento, muito melhor você vai ter o azeite. O aroma deste azeite envasado, pouco tempo que eu digo, feito e envasado, óbvio, um azeite fresco, ele vai ser sempre um azeite com muito mais aroma, com o aroma de uma grama verde, um aroma de fruta, de uma goiaba, de uma maçã, de uma rúcula. E ele, em boca, vai ter a picância, um amargor, que são indicativos muito importantes da qualidade deste azeite. Então, esse tempo é fundamental, o tempo entre você estar fazendo a colheita e fazendo a extração deste azeite". Sobre selos de certificações de qualidade do azeite, Bob explicou que nem todas as marcas se submetem a essa análise, mas que é uma informação que seria importante para ajudar o consumidor a escolher o melhor produto. “Nem todos se submetem a esse tipo de análise para se ter esse tipo de selo, mas o que seria muito importante é, na embalagem do azeite, do produto, você ter a safra e de onde ele foi extraído. Esse é o melhor selo que você pode ter, o ano da safra desse azeite”, disse. Por fim, o produtor cita que o ideal é consumir o azeite o quanto antes após aberto, já que, após a abertura, ele passa a ter contato com o oxigênio e a oxidação do produto é prejudicial. “Você abriu o azeite, ele passa a ter contato com o oxigênio. E aí o processo de oxidação do azeite também é muito prejudicial. Então, quanto antes você consumir aquele azeite que foi aberto, muito melhor. Dependendo do volume de consumo da família, o ideal é você ter uma garrafa menor”, finalizou. Bob Costa e Bia Pereira, produtores de azeite em Santo Antônio do Pinhal Divulgação/Azeite Sabiá Azeite Freepik Produção de ex-ministro:5 curiosidades sobre azeite da região considerado melhor do mundo Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina